Pelé, a Pérola Negra

Em primeiro de agosto de 1970 começava a ser vendida no México a revista Estrellas Del Deporte, número 74, da Editorial Novaro, com uma história em quadrinhos sobre a vida do nosso Rei Pelé, o atleta do século 20. Intitulada de Pelé, La Perla Negra, ela mostra a história do Rei do Futebol desde seu nascimento até o dia em que foi Campeão Mundial de Futebol com a Seleção Brasileira pela primeira vez, na Copa do Mundo de 1958, na Suécia.

Essa revista foi lançada logo depois da Copa do Mundo de 1970 para aproveitar a euforia causada pela conquista do Tricampeonato Mundial de Futebol pela Seleção Brasileira, e pela verdadeira devoção que os mexicanos tinham por Pelé, um dos grande heróis daquela Copa e da conquista definitiva da Taça Jules Rimet pela Seleção do Brasil.

Não há informação alguma sobre esse lançamento, uma raridade hoje em dia. Na revista não há crédito, nem do roteirista, nem do desenhista, e não dá para saber se é uma história desenhada no México. Há apenas a assinatura “Moyo” na primeira página da história (na parte inferior à direita, clique na imagem abaixo para ampliar e ver melhor).

Segundo o expediente da publicação essa história tem data de copyright de 1966, o que indica que, possivelmente, ela foi produzida pouco antes da Copa de 1966 e lançada nesse ano fatítido provavelmente para aproveitar a fama da Seleção Brasileira e do brilhante jogador de futebol. Pois é… 1966 não foi um bom ano para a Seleção Brasileira. Depois de conquistar dois campeonatos mundiais seguidos (1958 e 1962), a Seleção chegou à Inglaterra como a franca favorita, mas acabou eliminada logo na primeira fase, perdendo para a Hungria e para Portugal pelo mesmo placar: 3 x 1. No dia 19 de junho de 1966 Brasil era definitivamente eliminado da Copa por Portugal.

  

Mas, voltando à revista em quadrinhos que conta a vida de Pelé, nas 32 páginas o leitor toma contato com o início humilde de Edson Arantes em Três Corações e a mudança de sua família para Bauru. A história conta também a criação do Sete de Setembro, time que passou a se chamar Ameriquinha e disputou o campeonato juvenil em Bauru. Mostra a chegada do jogador à equipe do Bauru e, mais tarde, sua contratação pelo Santos.

Enfim, Pelé é convocado para a Seleção Brasileira de Futebol para disputar a Copa Roca (veja a página 23 acima, à direita) e depois é também selecionado para disputar a Copa do Mundo de 1958, mesmo machucado. Na história, aparecem a mãe de Pelé, Dona Celeste, e seu pai, “seu” Dondinho, além de Valdemar de Brito (ex-jogador e técnico que levou Pelé para o Santos), Luís Alonso Pérez (treinador do Santos) e Vicente Feola (veja no detalhe abaixo). Tudo bem que, em alguns quadrinhos, Pelé parece mais velho do que deveria. Mas, de qualquer forma essa história em quadrinhos foi uma bela homenagem ao Atléta do Século 20.

Pena que no “País do Futebol”, o futebol nunca foi bem sucedido e bem explorado nas histórias em quadrinhos nacionais, com raras tentativas e pouquíssimos casos de relativo sucesso.

Veja mais uma página da história de Pelé em quadrinhos clicando aqui.

9 comentários sobre “Pelé, a Pérola Negra

    • Francisco disse:

      Grande Bira! Obrigado pela pista, mas acho que esse desenhista que assina “Moyo” não é o Gonzalo Mayo, que, entre outros trabalhos, desenhou Fantomas – La Amenaza Elegante. Uma das capas desenhadas pelo desenhista peruano para essa revista mexicana é sobre a aventura El Acuario Fantástico e pode ser conferida aqui.
      Breve publicarei um texto falando de Gonzalo Mayo e Fantomas!
      Um abraço!

    • Francisco Ucha disse:

      Caríssimo Bira, acabei de conversar com Gonzalo Mayo e ele negou que tenha desenhado essa história do Pelé! Ele disse: “le confieso que yo no ilustre dicha historieta de Pele. Me hubiera gustado diseñarla ya que soy un gran admirador del gran Pele!”
      Enfim, sanada essa dúvida. Mas… quem será MOYO?!!!

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