Strunfaram os Strunfs


Alguém se lembra dos simpáticos duendes azuis chamados Strunfs? Provavelmente a maioria dos leitores responderá “não”. Mas se falarmos que os Strunfs são esses simpáticos duendes da imagem acima, muitos vão estranhar, porque eles são conhecidos como… Smurfs. Então, por que chamar os Smurfs de “Strunfs”? E porque o “papai” Smurf está falando essa estranha palavra: “strunfar”? Todos esses mistérios começam a ser respondidos quando se observam as imagens publicadas logo abaixo.

O nome original dos Smurfs é Les Schtroumpfs e eles foram criados em 1958 por Pierre Culliford, quadrinista belga mais conhecido pelo nome de Peyo. Os duendes azuis surgiram como coadjuvantes da série Johan et Pirlouit, mas fizeram tanto sucesso que Peyo começou a produzir historietas onde os simpáticos duendes eram os protagonistas. Foi um sucesso! Um ano depois eles ganharam uma série para televisão com nove episódios animados por Charles Degotte. Sete deles foram produzidos originalmente ainda em preto e branco! Só os dois últimos ganharam cores.

A fama dos personagens acabou chegando ao Brasil através de uma revista de histórias em quadrinhos chamada Os Duendes Strunfs. Esse nome foi escolhido simplesmente porque o som dele é muito próximo ao som da pronúncia do nome original, Schtroumpfs. Lançada num formato pequeno pela Editora Vecchi em junho de 1975, a revista teve curta duração e chegou apenas à sétima edição. Com 84 páginas em seu lançamento, a publicação acabou com 52 no último número, embora o sexto número tenha sido uma edição especial com 100 páginas e duas aventuras maiores. As histórias publicadas foram as seguintes: 1- O Strunfíssimo (abaixo); 2- A Strunfete; 3- O Aprendiz de Strunf; 4- O Strunf Voador; 5- Os Strunfs Pretos; 6- O Seqüestrador de Strunfs e A Fome dos Strunfs; 7- Strunfonia em Si, e várias outras histórinhas curtas.

O fim da revistinha deixou o caminho aberto para a publicação de álbuns maiores e muito bem produzidos, lançados a partir de 1976. Foram três edições: O Ovo Strunfado (abaixo), Os Strunfs e o Crau-Crau e O Cosmostrunf.

Como se pode perceber pelos títulos dos álbuns e das histórias dos Strunfs e também pelas páginas que ilustram este texto, esses personagens têm uma característica muito própria, além da cor azul e das casas em forma de cogumelo: ao falar, esses duendes substituem alguns verbos e adjetivos pela palavra “strunf” ou similar. E os leitores entendiam perfeitamente o contexto da fala. A troca de palavras era engraçada e dava um charme, um atrativo a mais nas criativas histórias desenvolvidas por Peyo e sua equipe.

Mas, a partir de 1981 uma grande mudança aconteceria na aldeia dos Strunfs! A Hanna-Barbera começa a produzir uma nova série de tv que, obviamente, mira o mercado norte-americano. E o que acontece com isso? Além de os Strunfs passarem a ser mais conhecidos como “Smurfs”, os duendes azuis perderam algumas de suas características. Entre elas, a divertida linguagem dos Strunfs, que trocavam verbos e adjetivos! Provavelmente os novos produtores achavam que as crianças não iriam entender essa “língua” strunfante. A série foi um grande sucesso e teve oito temporadas. E os duendes perderam parte da graça e da criatividade das histórias originais produzidas na Bélgica. Novos personagens surgiram e o Grande Strunf foi rebatizado para “Papai” Smurf.

Outro detalhe divertido são os nomes de cada Strunf: eles são chamados a partir de seu traço mais marcante. Então, na Aldeia dos Strunfs encontramos o Grande Strunf, o Strunf Brincalhão, o Strunf Guloso, o Strunf Poeta, o Strunf friorento e por aí vai. Veja aqui os nomes originais dos Strunfs. E em Um Blog no Planeta Mongo leia mais sobre a revista Os Duendes Strunfs.

Todas as imagens publicadas neste texto podem ser ampliadas em ótima resolução. É só clicar nelas.